O primeiro amor é mais que a soma das partes. Um filme simples, lindo e muito sábio.
“Flipped: O primeiro amor” é o meu filme, a minha indicação favorita. É a história do fim de tarde em que a melhor companhia para assisti-lo são as várias memórias de infância, de amores e de sonhos. O olhar do filme é real e sincero, embora jovem. Frustrações, preconceitos estão presentes, mas eles não são o tudo, assim como na vida. A diferença está nos valores de cada um, a narrativa sabe disso.
A história de Julie e Bryce tem como cenário uma pequena vizinhança durantes os anos 60, embora a narrativa seja atemporal. Todos tivemos um primeiro amor, o início de uma confusão de sentimentos estranhos, para Julie Baker – interpretada pela Madeline Carroll– seus sentidos tornaram-se duvidosos quando, durantes seus sete anos de idade, Bryce Loski – Callan McAuliffe– mudou-se para casa à frente.
“ Quando eu conheci Bryce Loski, eu gamei.”
Para o garoto loiro ter Juliana como vizinha tornou-se um pesadelo. Bryce Loski estava marcado. Enquanto a garota tentava fazê-lo lidar com os sentimentos, o menino buscava estratégias para lidar com o desconforto social ocasionado pelas perseguições de Julie. Tão diferentes em situações comuns, o diretor Rob Reiner compreendeu as divergências de lidar com o primeiro amor para os sexos opostos. Sem querer valorizar uma visão e buscando mostrar as diferentes interpretações de cada pessoa diante um mesmo momento, o filme narra duas versões de uma cena. Os pensamentos dos garotos são divulgados para nós, telespectadores. E, assim, sabemos que no fim somos nós que saímos apaixonados pela complexabilidade dos jovens de 13 anos.
Eu já fui Juliana Baker, fui boba de amor, me permitir ser. E bom um primeiro amor será sempre eterno, às vezes ainda esbarro com ele, um desses encontros me rendeu uma crônica: embaçoS
O quão apaixonada é Julie Baker. Os olhos de Bryce é uma das suas tentativas de explicação para o que não há. O amor platônico nutrido pela menina é forte e marcante, mas está longe de ser a maior excentricidade de Juliana, sua parte romântica e esperançosa que Loski anda por aí com o seu primeiro beijo é apenas uma parte do todo que ela é. Durante a narrativa, não é só Bryce que se apaixona por Julie. Uma garota como ela não é vizinha de qualquer um, sorte a do garoto que passa enxergar a menina dos Barker como ela é. O filme é uma transição de sentimentos e de amadurecimento dos personagens, tudo narrado da maneira mais simples e, ainda sim, brilhante.
“Alguns de nós são pálidos, outros brilhantes e outros são coloridos. Mas de vez em quando encontramos alguém que é iridescente, e quando encontramos não a nada que se compare.”
Situações costumeiras dos garotos são o cenário principal da construção do primeiro amor, tão singular para ambos. Tudo parece simples, mas as famílias trazem os problemas da realidade que afetam os jovens. Classe econômica, problemas de saúde são abordados, sempre há um vilão e “Flipped” soube lidar com ele. O mundo adulto com suas questões. A família Loski. O senhor Loski frustrado com suas decisões encarna os pequenos deslizes que a sociedade carrega. Caráter é importante em todas as idades.
Todos merecem assistir “Flipped” é lindo e nostálgico. Os personagens são cativantes e reais. O amor e a inocência garantem a beleza do filme. Cenas que nos fazem acreditar no mundo nos seus mais simples atos. Há pessoas boas no mundo, às vezes, só precisam lembrar dos sentimentos mais puros. O primeiro amor os guarda e os revela para quem o assiste. Encantamento é o que sentimos ao vê-lo.
De repente você assiste um filme…E sua vida parece fazer sentido. Esse filme, para mim, foi o “Flipped – O primeiro amor”.
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“E o silêncio nos conectou de uma maneira que as palavras nunca poderiam. ”
Ficha Técnica: 90 minutos – 2010. Direção e Roteiro: Rob Reiner e Andrew Scheinman.
P.S. Tá disponível na NETFLIX!
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